Browsing by Author "Manuel, Feliciano Felisberto"
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- Domínio do português em alunos de Licenciatura em Gestão em Moçambique: resultados preliminares sobre a sua escrita académicaPublication . Manuel, Feliciano Felisberto; Castelo, Adelina; Fumo, PaulinoO alargamento de escolas que oferecem o ensino até à 12.ª classe em ambientes rurais de Moçambique, onde o português não é a língua de interação, aumentou o número de estudantes que ingressam no ensino superior com dificuldades na escrita. Apesar disso, somente os cursos de formação de professores costumam integrar a disciplina de Língua Portuguesa nas suas grelhas curriculares. Assim, este estudo visa conhecer o domínio do português por estudantes dos cursos de licenciatura em Gestão, provenientes das zonas rurais e urbanas, para compreender até que ponto os estudantes provenientes de zonas rurais têm as competências necessárias na escrita académica e diferem dos estudantes das zonas urbanas. Foi adotada uma metodologia mista, com abordagem qualitativa e quantitativa. Esta apresentação incide sobre a análise de um corpus constituído por 20 textos de 20 alunos do primeiro ano. Os resultados preliminares mostraram muitos problemas na estrutura textual (não obedecem a um plano convencional), na extensão (número reduzido de palavras), na ortografia e na estruturação frásica. Evidenciam ainda que a zona de origem influenciou a extensão dos textos e o desempenho na ortografia. Tais resultados serão apresentados e discutidos, podendo equacionar-se soluções de ensino aberto para ultrapassar estas dificuldades.
- Relevância do ensino das línguas nacionais no sistema educativo moçambicanoPublication . Manuel, Feliciano Felisberto; Salomão, RicardoO presente estudo visou identificar a função, objetivos e relevância do ensino das línguas maternas ao lado do português no sistema educativo em Moçambique. Foi analisado o ensino de Xi-changana em duas escolas que ministram o ensino bilingue, buscando verificar o nível de adesão dos pais ao programa, existência de recursos materiais para professores e estudantes, o grau de satisfação dos alunos por estudar na sua língua materna e a existência de professores com formação específica. Procurou, também, identificar a demanda de funcionários ou empregados com conhecimento das línguas moçambicanas na modalidade escrita no mercado de trabalho. O estudo revelou que, apesar de se considerar o uso das línguas maternas um programa com êxito no processo de ensino,este deixa certas dúvidas quanto à sua eficaz condução: por um lado, os professores que ensinam as línguas moçambicanas não tiveram uma aprendizagem escolar das mesmas, ministrando as aulas com base na “ experiência “ tida em contacto com a escrita no ambiente religioso ou aprendizagem por curiosidade. Por outro lado, a falta de recursos materiais para o professor e alunos constitui um obstáculo à concretização do programa, visto que os programas de ensino são traduzidos do português para as línguas nacionais e não existem livros de leitura para todos os alunos. O ponto de vista dos país e encarregados de educação é divergente, existindo, por um lado, os que apoiam a sua introdução como forma de valorização das suas línguas nativas e, por outro, os que o rejeitam, dando preferência à língua portuguesa com o argumento de que o ensino em línguas locais visa a atrasar as crianças no acesso à língua portuguesa, uma língua que dá possibilidade de empregabilidade e acesso ao estatuto privilegiado. O mercado de emprego não exige o conhecimento escrito das línguas moçambicanas de origem bantu e, quando elas são mencionadas nos anúncios de vagas, o seu conhecimento é considerado como uma vantagem, o que não sucede com as línguas como a portuguesa e inglesa de que se exigem os domínios oral e escrito. Nas instituições públicas, privadas e nas escolas não se publicam documentos em línguas locais, sugerindo a falta da sua valorização.