Browsing by Author "Figueiredo, Zilmar Dias"
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- Exploração mineral no estado de Minas Gerais, seus impactos sociais e ambientaisPublication . Figueiredo, Zilmar Dias; Pereira, PedroA história da exploração mineral no Brasil teve seu início com a chegada dos colonizadores portugueses, com a extração do ouro, perpassando pelo início da exploração do minério de ferro que, juntamente com outros minerais, se destacaram na balança comercial do país a partir da primeira metade do século XX. A atuação das mineradoras sempre se focou no beneficiamento mineral, com o claro objetivo de obter lucro. Os rejeitos e os estéreis, sem valor econômico, e os métodos de sua disposição acabaram por receber um tratamento secundário, resultando na construção de estruturas de contenção (barragens) sem projetos de engenharia e com baixo nível de controle. Este trabalho teve como objetivo geral caracterizar os impactos ambientais e sociais oriundos da atividade mineradora, e dos diversos processos envolvidos, no Estado de Minas Gerais. A pesquisa foi fundamentada na abordagem e na metodologia qualitativas, recorrendo a análise bibliográfica e documental e a entrevistas semidiretivas. A atividade minerária, por um lado, promove vários impactos positivos nas regiões onde é desenvolvida, como o pagamento de impostos, os investimentos na infraestrutura do lugar ou o incremento nas vendas do comércio local, mas, por outro lado, promove impactos negativos, como a contratação apenas de trabalhadores locais de baixa qualificação, o aumento do custo de vida, prejuízos na produção agrícola e criação de gado para a população rural próxima das minas, chegada de um enorme número de pessoas (quase exclusivamente homens) em busca de emprego, o assédio às meninas e mulheres do município ou o aumento do uso e tráfico de entorpecentes, da prostituição e da violência. Os impactos ambientais resultantes desta atividade são irreparáveis, como a destruição de vegetação e de cursos d’água, a alteração da paisagem, o rebaixamento de lençóis freáticos, a geração de poeira e consequentes problemas de saúde para a população do entorno, etc. A estabilidade das barragens de rejeitos é também motivo de grande preocupação para a população do entorno. Existem registos de rompimentos de barragens de rejeitos no estado de Minas Gerais desde 1969. No entanto, é a partir de 2001 que começam a ocorrer com uma frequência alarmante, culminando na catástrofe de Córrego do Feijão, no município de Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, que provocou a morte de 270 pessoas e gravíssimos danos ambientais. Esses rompimentos de barragens não podem ser considerados como acidentes, já que se percebe a intencionalidade pela falta de adoção de medidas que os evitassem, colocando em risco as vidas de trabalhadores e populações do entorno. Esses acontecimentos ocorridos promovem uma série de danos socioambientais, o que faz levantar o debate da importância dessa atividade econômica para o Estado, deixando em suspeito suas vantagens, cumprimento de legislações e ações reparadoras, além de colocar em cheque o mito existente no imaginário dos mineiros, de que nos dias de hoje, a mineração é indispensável a toda a população dessa unidade federativa.