Sales, José das Candeias2018-09-182018-09-182018Sales, José das Candeias - As “Doações de Alexandria” (34 a.C.): criando um império entre factos e fantasias. "Humanitas" [Em linha]. ISSN 2183-1718 (Print) 2183-1718 (Online). Vol. 72 ( 2018), p. 39-630871-1569 (Print)2183-1718 (Online)http://hdl.handle.net/10400.2/7503No outono de 34 a.C., Marco António e Cleópatra convocaram os Alexandrinos para o Ginásio para celebrarem o triunfo sobre os Arménios e declararem Cleópatra e o seu filho com Júlio César, Cesarião, co-governantes de Chipre e do Egipto. Cleópatra foi declarada «Rainha de reis» e Cesarião «rei dos reis». Alexandre Hélio, filho de Marco António e de Cleópatra, foi coroado como governante da Arménia, Média e Pártia. Sua irmã gémea, Cleópatra Selene, foi coroada como governante da Cirenaica e Líbia. As crianças vestiram-se com os trajes dos países para cujo governo foram nomeados. O filho mais novo de Marco António e Cleópatra, Ptolemeu Filadelfo, foi coroado governante da Fenícia, Síria e Cilícia. Numa elevada plataforma adornada a prata, sentados em tronos dourados, o casal emitiu uma declaração conjunta proclamando-se como a encarnação das divindades egípcias Osíris e Ísis. Num nível mais baixo da plataforma havia quatro tronos de ouro para os filhos de Cleópatra. Com as «doações de Alexandria», Marco António dividiu a sua parte do mundo romano entre os quatro filhos de Cleópatra VII. O gesto provocou uma ruptura fatal nas suas relações com Roma e esteve entre as causas da última guerra civil da República Romana, cuja vitória, em 30 a.C., permitiria a Octávio a transição para a Era Imperial. Com toda a encenação inerente, as grandiosas cerimónias reais públicas de Alexandria tocaram a imaginação popular, mas proclamavam, contudo, uma magnificência ilusória e artificial, onde mito e história se cruzam.porAlexandriaImpérioIdeologiaPropagandaEncenação do poderAs “Doações de Alexandria” (34 a.C.) : criando um império entre factos e fantasiasThe “Donations of Alexandria” (34 b.C.) : creating an empire empire between facts and fantasiesjournal article10.14195/2183-1718_72_3