Seara, Isabel2017-02-282017-02-282016978-972-780-579-2 (Print)http://hdl.handle.net/10400.2/6241Tributária das condições de conservação e ou destruição, espraiada entre o efémero e o duradouro, a autenticidade e a usurpação, o texto epistolar sujeita-se e sofre o destino precário dos escritos fragmentários. Os estudos literários têm, ao longo dos anos, preterido o estudo das correspondências, ao mesmo tempo que se tem assistido a um interesse crescente pelo estudo do romance epistolar e pela edição de correspondências de escritores, privilegiando o esclarecimento de aspetos pessoais e intimistas. Vergílio Ferreira foi um cultor da ars epistolaris, quer na sua essência matricial, para colmatar a ausência dos seus interlocutores (de que me permito destacar a correspondência com Jorge de Sena), quer a epistolografia ficcional. Ensaiaremos, pois, perscrutar o papel da ars epistolaris em diferentes obras, para ensaiar demonstrar a ambiguidade resultante do respeito pelas idiossincrasias do género e as propositadas transgressões. O dialogismo exibido ou escondido que convive com o tom monologal que, de forma inovadora, caracteriza estes textos conduz a uma reflexão sobre os topoi que estão presentes obras, nomeadamente os que espelham a carta como speculum animi, e como conversação in absentia.porTexto epistolarTopoiDilaogismoVergílio Ferreira, 1916-1996EpistolografiaA sedução da ars epistolaris em Vergílio Ferreirabook part