Morgado, Leonel2025-11-062025-11-062025http://hdl.handle.net/10400.2/20407A chegada da Inteligência Artificial (IA) generativa não nos dispensa de aprender e não nos permite continuar a ensinar da mesma forma. Obriga-nos a elevar a ambição da aprendizagem. Recordemos a polémica da calculadora nos anos 1970: ao longo de 30-40 anos, deixámos de nos focar no treino manual de algoritmos de cálculo progressivamente mais complexos, para rapidamente saltar deles para valorizar a agilidade mental, a capacidade de estimativa e o sentido crítico face a alternativas. Hoje a IA faz traz este choque à generalidade das disciplinas académicas, mas não se trata de uma adaptação ligeira e sim de repensar os objetivos do que queremos que se aprenda (e descobrir como ensiná-lo, como acompanhar o processo e como avaliar). Nesta comunicação apresento um caminho, ancorado em no conceito dos ecossistemas cognitivos: orquestrar pessoas e IA em articulação. Levar os estudantes a almejar ambições e avaliem critérios para as atingir; definam projetos para as concretizar, ponderem alternativas, identifiquem dilemas, consequências e limitações, apresentem evidências. Partilho casos reais da minha atividade docente online na Universidade Aberta: (i) Programação por Objetos, recorrendo a filósofos digitais de apoio; (ii) Engenharia de Software apoiada por uma assistente metacognitiva que apoia a autorregulação dos alunos; (iii) Protocolo de revisões da literatura para mestrandos e doutorandos em que a IA permite “regressar ao passado” e almejar uma compreensão dual do contexto científico e dos intentos pessoais de progressão do estudante enquanto investigador em formação. A metodologia ainda não é clara, o caminho é nebuloso, mas partilho o entusiasmo com que o trilho. Defendo que temos urgentemente de transitar de métodos de entrega e avaliação de “produtos” para acompanhamento e orquestração de processos, valorizando a progressão e os “rastos” de evidências. Esta transição implica a nossa transformação e reinvenção enquanto docentes, com processos novos que nos permitam atuar nas horas de trabalho que temos, nos constrangimentos da nossa condição humana e profissional.porInteligência artificialIAA inteligência artificial leva-nos a sermos mais ambiciosos na aprendizagemconference object2025-11-04cv-prod-4595287