Moreira, J. António2025-10-212025-10-212025-09Moreira, J. A. (2025). Novos Ecossistemas de Aprendizagem nos Territórios Híbridos da Noosfera . Santo Tirso: Whitebooks.978-989-8765-76-5http://hdl.handle.net/10400.2/20378Num mundo cada vez mais interconectado, marcado pela ubiquidade das tecnologias digitais e pela fluidez dos espaços de aprendizagem, emergem novas formas de pensar a educação. Os ecossistemas de aprendizagem contemporâneos são interativos, híbridos, líquidos e ubíquos, configurando territórios educativos que transcendem os limites físicos da sala de aula e se expandem para a infoesfera, um espaço informacional global onde humanos e não humanos coexistem, interagem e aprendem. Como propõe Luciano Floridi (2014), a infoesfera não é apenas um espaço digital, mas uma nova condição ontológica em que os sujeitos humanos e os sistemas informacionais se tornam coautores da realidade. Estes ambientes são compostos por arquiteturas pedagógicas digitais que integram plataformas, interfaces, algoritmos, agentes conversacionais e redes sociais, constituindo ecossistemas complexos e dinâmicos que exigem novas formas de habitar, ensinar e aprender. Neste contexto, os professores e estudantes tornam-se habitantes da infoesfera, sujeitos que interagem com múltiplos agentes, humanos e não humanos, e que constroem conhecimento em rede, através de práticas colaborativas, dialógicas e multimodais. A aprendizagem deixa de ser um processo linear e centrado no professor para se tornar uma experiência distribuída, rizomática e relacional, sendo que os ambientes educativos, tornam-se redes de mediação onde cada elemento, humano ou não humano, participa na produção do conhecimento. Habitar estes ambientes implica compreender as lógicas informacionais que os estruturam, reconhecer os fluxos comunicacionais que os atravessam e desenvolver competências que permitam uma atuação significativa, crítica e transformadora. É neste cenário que se inscreve a educomunicação, entendida como prática pedagógica que articula comunicação e educação nos territórios híbridos da noosfera. Esta noosfera, enquanto esfera do pensamento humano mediada por tecnologias, torna-se um espaço privilegiado para a construção de comunidades de aprendizagem, para o exercício da cidadania digital e para a promoção de pedagogias da presença e dialógicas que ganham novo sentido na era híbrida, ao valorizarem a interação e a construção colaborativa do conhecimento em ambientes mediados por interfaces e algoritmos. Neste texto, e a partir da análise dos ecossistemas de aprendizagem híbridos e das práticas pedagógicas emergentes na noosfera, refletimos sobre os desafios e as possibilidades da educação contemporânea, propondo uma visão integrada, crítica, situada e ecológica das competências necessárias para ensinar e aprender nesta era marcadamente híbrida.porbook