Grünhagen, Sara2025-12-182025-12-182025-12978-85-217-0893-3http://hdl.handle.net/10400.2/20554Capítulo de livro publicado em Andreia Castro, Claudia Amorim e Mário Bruno (orgs.), Literatura Portuguesa em três tempos. Campinas: Pontes Editores, 2025, pp. 257-276.Este estudo parte da categoria da personagem, outrora relegada a um segundo plano pela chamada narratologia clássica, e que tem sido, já há algum tempo, alvo de um interesse renovado e particularmente destacado quando entram em cena transgressões metalépticas, da literatura ao cinema. O contexto de sobrevida da personagem, em especial, revela-se um terreno fértil para movimentos metalépticos, e este trabalho pretende aprofundar tal debate a partir da análise de dois romances de José Saramago. Servindo-se de figuras provindas de outros universos narrativos e jogando de maneira recorrente com as chamadas fronteiras da ficção, “O ano da morte de Ricardo Reis” (1984) e “O evangelho segundo Jesus Cristo” (1991) propõem considerações metaficcionais sobre o estatuto da personagem, que por vezes não executa bem o papel e as funções que lhe caberiam, mormente quando a sua atuação é comparada com a do seu universo de origem. Nisso que será também uma reflexão intermediática, trata-se de mostrar que certas personagens saramaguianas são apresentadas como maus atores de si mesmas, jogando com a nossa dupla percepção da personagem e fazendo da sobrevida uma ferramenta crítica de narrativas e personagens canônicas.porLiteratura PortuguesaJosé SaramagoMetalepseIntermedialidadePersonagemO ano da morte de Ricardo ReisO evangelho segundo Jesus CristoEntre mundos: sobrevida e personagens transficcionais na obra de José Saramagobook part