Vila Maior, Dionísio2024-07-012024-07-012023978-65-86901-99-3http://hdl.handle.net/10400.2/16187Procuro refletir sobre o manifesto literário, considerando-o como um dos suportes ideológicos e estético-literários do Modernismo português e do Modernismo brasileiro e como uma solução discursiva ajustada a circunstâncias contextuais específicas e a medidas persuasivo-pragmáticas particulares. Abordaremos a sua dinâmica interlocutiva e perlocutiva (no que à vivência estética e à experiência teórico-programática diz respeito) enquanto gesto vanguardista futurista que se consagra num discurso com um forte sentido não só de carnavalização (inversão de valores, excentricidade e dessacralização da auctoritas; dialéticas mentira/verdade, morte/renascimento, fogo/riso, bênção/maldição e Antigos/Modernos), mas igualmente de transcensão e recomposição identitárias (transformação de consciências e alargamento qualitativo de uma Comunidade). Nesse sentido — e suportando as nossas reflexões em constructos teóricos emanados de Bakhtine, Adorno, Bourdieu e Morin —, incidiremos a nossa atenção nos textos manifestatários de Oswald de Andrade e de Almada Negreiros, procurando acentuar nesses textos a forte dissonância entre o eu (o autor modernista [e futurista] do manifesto) e o nós (as coletividades brasileira e portuguesa) para, em seguida, clarificar os mesmos textos no seu desígnio primordial: afigurarem-se implícita e explicitamente como “territórios de destruição e de regeneração”, como elementos de recomposição de novos estádios históricos, de novas etapas civilizacionais e de uma nova identidade coletiva pluridiscursivamente construída.porModernismo portuguêsModernismo brasileiroOswald de AndradeAlmada NegreirosIdentidadeManifestosManifesto futuristaMikhaïl BakhtineTheodor AdornoPierre BourdieuEdgar MorinOswald de Andrade, Almada Negreiros e os ultimatos antropófagos às gerações portuguesa e brasileira dos séculos vindourosbook part