Monteiro, BrunoAlmeida, Carla Aurélia de2022-11-032022-11-032020-06Monteiro, Bruno, e Carla Aurélia Almeida. 2020. “Azares, riscos e culpas: representações sobre o operário da construção civil acidentado na imprensa portuguesa (1996-2017)”. In Em (Re)Construção. Elementos para uma sociologia da atividade na indústria da Construção em Portugal, organizado por Virgílio Borges Pereira, 211-228. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto. ISBN 978-989-8969-51-4978-989-8969-51-4http://hdl.handle.net/10400.2/12489O presente capítulo foi elaborado no âmbito das atividades do projeto de investigação “Novos terrenos para a construção: mudanças no campo da construção em Portugal e seu impacto nas condições de trabalho no século XXI” (PTDC/IVC-SOC/5578/2014-016621), desenvolvido no Instituto de Sociologia da Universidade do Porto, entre 2016 e 2019, e financiado por fundos nacionais através da FCT/MEC (PIDDAC) e cofinanciado pelo FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional através do COMPETE – Programa Operacional Fatores de Competitividade. Beneficiando do quadro de discussão entre a equipa dos investigadores do projeto, uma primeira versão deste estudo foi discutida no colóquio internacional “Classes sociales, comparaisons et migrations Portugal / France”, realizado nas instalações do CNRS – Pouchet, na cidade de Paris, França, em 20 de junho de 2019 e no colóquio internacional, “Breaking Ground for Construction: Changes in the Field of Construction in Portugal and their Impact on Working Conditions in the 21st Century”, realizado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto nos dias 4 e 5 de julho de 2019. O presente trabalho foi originalmente publicado, sob o formato de artigo, em Sociologia, Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, número temático de 2019.Tendo por base um corpus de 1218 notícias recolhidas no arquivo do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção e Madeiras, Mármores e Pedreiras, Cerâmicas e Materiais de Construção de Portugal, num período temporal entre 1996 e 2017, no presente texto, procedemos a uma crítica sociológica em combinação com uma análise semântica e pragmática dos discursos produzidos a respeito de casos singulares de acidentes de trabalho. O levantamento das estratégias discursivas mobilizadas por diferentes agentes que apresentam uma pluralidade de perspetivas sobre os acidentes de trabalho (representantes patronais e empresários, sindicalistas, colegas de trabalho ou familiares, inspetores de trabalho e técnicos de segurança, entre outros) permite compreender a organização e o funcionamento destes discursos. Detetámos, assim, três importantes operadores de explicação e de imputação dos acidentes de trabalho: o azar, o risco e a culpa. Embora trazidos com prioridade por distintos interlocutores, estas noções concentram uma nuvem de significados que pode ser perspetivada com mais detalhe mediante a análise linguística do seu uso em contexto discursivo.porEstratégias discursivasHeterogeneidade enunciativaDoxaArgumentaçãoAzares, riscos e culpas: representações sobre o operário da construção civil acidentado na imprensa portuguesa (1996-2017)book part