Silva, Fabio Mario da2020-04-222020-04-222014978-989-689-443-6http://hdl.handle.net/10400.2/9631As representações artísticas consideradas como obras-primas ao longo do tempo impuseram, mesmo que inconscientemente, alguns modelos arquetípicos de obras de arte, que apresentam, nos estudos literários, desde a literatura greco-romana até ao século XX, e mesmo nos tempos atuais, um padrão eurocêntrico, composto, fundamentalmente, por autores masculinos. A exclusão das escritoras do cânone literário é, até certo ponto, compreensível dado o seu tardio acesso à escolarização; no entanto, o que se nota na maior parte das histórias da literatura ocidentais é um desprestígio constante da produção literária de autoria feminina, que parece continuamente deixar as mulheres escritoras à margem da literatura oficial. Este trabalho procurará, assim, contribuir para a valorização da produção literária feminina em Portugal, tentando explicar que os critérios adotados para a escolha das “obras-primas” da literatura portuguesa se tem fundamentado, muitas vezes, em posicionamentos incongruentes, reveladores até de uma certa misoginia. O objetivo principal deste estudo é determinar as relações da autoria feminina com a teoria do cânone literário, exemplificadas através da citada seleção de mulheres escritoras.porA autoria feminina na literatura portuguesa: reflexões sobre as teorias do cânonebook