Gronita, Joaquim2018-06-292018-06-292012Gronita, Joaquim - Intervenção precoce na infância enquanto processo de inclusão e de desenvolvimento. In Ramos, Natália [et al.], org. - Família, educação e desenvolvimento no séc. XXI [Em linha]: olhares interdisciplinares. Portalegre: Instituto Politécnico de Portalegre. Escola Superior de Educação, 2012. ISBN 978-989-96701-3-6. p. 83-90987-989-96701-3-6http://hdl.handle.net/10400.2/7380Em Portugal, a Intervenção Precoce na Infância tem sofrido uma rápida evolução na sua operacionalização, refletindo a apropriação de algumas teorias e modelos internacionais que a enquadram, assim como a evolução de valores e princípios, consubstanciada nas diferentes Declarações Universais. O movimento da educação inclusiva emergiu em Portugal, nesta última perspetiva evolutiva. Na apropriação dos modelos e práticas recomendados internacionalmente, importa contemplar as dimensões culturais e sociais específicas que caraterizam o povo português, com especial evidência para o grau de participação das famílias, a sua atitude e modo como exercem a cidadania. O fortalecimento das famílias portuguesas para lidar com a situação problemática que estão a vivenciar, respeitando a sua cultura, é imprescindível para que a intervenção dos profissionais não se constitua como mais um grande fator de stresse para as famílias/crianças.Inicialmente centrada na criança, a pontos de ter obtido em Portugal a designação inicial de “estimulação precoce”… a atualmente designada Intervenção Precoce na Infância teve uma evolução à qual estive associada a evolução e consolidação de algumas teorias e modelos, que têm constituído o seu quadro conceptual. Assim, a IPI aliou-se à evolução dos modelos sistémicos, com especial relevância para o reforço do importante reconhecimento das famílias como unidade de intervenção e como principal fator promotor do desenvolvimento das crianças. Paralelamente, a IPI caminhou também para uma dimensão comunitária, reconhecendo o papel das redes de suporte social para a família e, consequentemente, para a criança, que se entende em desenvolvimento pelas inúmeras transações que mantém nos diferentes contextos que constituem os seus cenários de vida, conceito decorrente do entendimento do desenvolvimento do ser humano numa perspetiva ecológica. Paralelamente à evolução deste corpo teórico, assinala-se a evolução dos valores universais acentuados depois da II Guerra Mundial, que se têm consubstanciado nas diferentes Declarações Universais que têm norteado as condutas dos países desenvolvidos. É neste contexto evolutivo que emerge o movimento de inclusão em Portugal. No entanto, importa dar especial atenção às características particulares do povo português e da adaptação das práticas de intervenção precoce recomendadas internacionalmente, mas tendo em conta a nossa cultura, nomeadamente no que se refere ao nível de participação das famílias portuguesas na resolução dos seus problemas e dos problemas da comunidade a que pertencem, numa atitude e de exercício da cidadania, como pressupõem algumas das práticas recomendadas internacionalmente e alguns modelos estrangeiros que têm constituído inspiração para os promotores da Intervenção Precoce em Portugal. Efetivamente, na realidade portuguesa, as relações entre profissionais e famílias têm um ponto de partida caraterizado por uma grande assimetria, cuja diminuição implica estratégias específicas, controladas e avaliadas, o que nem sempre tem sido possível implementar, nomeadamente em equipas inconstantes e/ou não dedicadas em exclusividade a este tipo de funções. Esta multi-pertença a várias equipas de trabalho, significa multi-pertença a várias metodologias de trabalho, vários funcionamentos de equipas, o que dificulta o investimento na apropriação desta nova metodologia de trabalho. Apesar de se verificar uma forte aprovação destas recomendações internacionais, urge adaptá-las e/ou interligá-las com a cultura de cada povo. O fortalecimento das famílias portuguesas para lidar com a situação problemática que estão a vivenciar, integradas nas suas rotinas de vida diária, respeitando a sua cultura é imprescindível para que a intervenção dos profissionais não se constitua como mais um grande factor de stresse das famílias, com as consequências que daí decorrem para o desenvolvimento da criança.porIntervenção precoce na infânciaFamíliaEducaçãoInclusão socialIntervenção precoce na infância enquanto processo de inclusão e de desenvolvimentobook part