Melo, Daniel2025-11-052025-11-052025-04978-972-671-075-2http://hdl.handle.net/10400.2/20401Versão adaptada e revista da dissertação de mestrado.A política cultural do Estado Novo tinha subjacente a vontade de transformar a cultura do povo. A sua intervenção fez-se sentir sobretudo nas Casas do Povo, nos ranchos folclóricos, no artesanato, nos museus etnográficos, na literatura popular e nas marchas populares (criadas em Lisboa mas depois disseminadas por todo o país, incluindo as colónias). O autor procura demonstrar que o salazarismo promoveu um modelo ruralista, tradicionalista e nacionalista de cultura popular, com o duplo objectivo de se legitimar e de estabelecer um consenso em torno do universo de valores que, na sua óptica, enformavam a identidade portuguesa. Apesar disso, o associativismo popular livre resistiu ao programa autoritário do regime, tal como o comprova o estudo de caso da Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio. "Mais de vinte anos após a sua publicação, Salazarismo e Cultura Popular mantém uma notável atualidade no campo dos estudos da cultura do Estado Novo, ou seja, daquele conjunto de práticas e instituições que definiram a ideologia do regime. O livro oferece uma descrição particularmente detalhada dos atores institucionais e não institucionais, que, ao longo de décadas, construíram a imagem de Portugal como país rural e dos portugueses como um povo de camponeses. Em simultâneo, impede que a cultura salazarista se encerre na própria lógica totalitária com que procurou sistematizar a identidade nacional, com a sua impecável arrumação de classes, regiões, objetos e práticas. Oferece-nos, assim, um exemplo do que pode ser uma história aberta a todas as tensões e contradições que marcaram a vida cultural do período". (Luís Trindade, IHC, NOVA FCSH)porSalazarismoHistória culturalHistória políticaHistória contemporâneaHistória socialHistória de PortugalHistória das ideiasPolítica culturalCultura popularDitaduraAassociativismoSalazarismo e cultura popular (1933-1958)book